O CONARH (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas),considerado o maior evento de RH da América Latina, aconteceu neste ano entre 19 e 21 de agosto em São Paulo.
O evento, que teve como tema principal “Potencializando conexões”, reforçou o papel estratégico do RH diante das transformações do mercado e da sociedade, e apontou tendências para o futuro do trabalho.
Confira a seguir as principais:
5 aprendizados do CONARH 2025
1. IA + IH: Inteligência artificial com inteligência humana
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o RH.
Segundo um relatório da Wellhub, em 2024, a contratação de profissionais com domínio em IA cresceu 31%. Além disso, 67% das médias e grandes empresas brasileiras já utilizam o recurso em processos internos, de acordo com a Associação Brasileira de Inteligência Artificial.
No entanto, ao contrário do que muitos pensam, o segredo não está em substituir a inteligência humana pela IA, mas sim em combiná-las.
Enquanto a inteligência artificial automatiza tarefas repetitivas e analisa grandes volumes de dados, são as pessoas quem os interpreta, contextualiza e toma decisões estratégicas.
Além disso, a IA assume um papel importante no People Analytics, uma ferramenta essencial para uma gestão de pessoas mais inteligente e orientada a resultados. Segundo a Forbes, empresas que usam o People Analytics de forma estruturada têm 30% mais chances de alcançar metas de inovação e sustentabilidade.
Outro estudo, da Deloitte, mostrou que as empresas que adotam estratégias baseadas em People Analytics relatam melhora significativa na satisfação e desempenho das equipes.
Em resumo, a IA no contexto de gestão de pessoas é uma aliada para tornar o RH mais estratégico.
Saúde mental
Cada vez mais, a saúde mental deve ser uma pauta para o RH e o CONARH 2025 confirmou isso.
Só em 2024, o Brasil registrou mais de 400 mil licenças médicas por problemas relacionados à saúde mental, segundo o Ministério da Previdência Social. Além disso, 86% dos profissionais já trocam de empresa em busca de maior qualidade de vida, de acordo com dados da Wellhub.
Além dos impactos sobre a saúde dos trabalhadores, o custo econômico global relacionado a transtornos mentais, incluindo estresse e ansiedade, chega a aproximadamente US$ 1 trilhão por ano, com bilhões de dias de trabalho perdidos, segundo a Organização Mundial da Saúde e Organização Internacional do Trabalho.
Para enfrentar esse problema, a atualização da Norma Regulamentadora no. 1 (NR-1), torna obrigatória a avaliação e gerenciamento dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho a partir de maio de 2026.
Portanto, além de um diferencial que traz benefícios como redução de custos com saúde e absenteísmo, cuidar da saúde mental dos colaboradores é também uma questão de conformidade legal.
Liderança humanizada
Diante desse cenário, o papel da liderança torna-se ainda mais fundamental.
Segundo a Gallup, 70% da variação no engajamento dos colaboradores está diretamente ligada ao líder imediato, o que mostra a importância dos gestores para o sucesso organizacional.
Mas, o que é liderança humanizada?
Esse tipo de liderança vai além de cobrar resultados, conectando-se com a equipe, valorizando fragilidades e vulnerabilidades como fontes de força e crescimento coletivo.
De acordo com o relatório da Great Place to Work (GPTW),empresas que adotam práticas de liderança humanizada apresentam resultados expressivos, como:
- Redução de até 78% no absenteísmo
- Queda de 51% no turnover
- Aumento de 17% na produtividade
- Crescimento de 23% na lucratividade
Você pode estar se perguntando como o RH pode impulsionar a liderança humanizada. Confira algumas dicas abaixo:
- Desenvolvimento contínuo: promover capacitações e experiências formativas voltadas ao desenvolvimento de competências socioemocionais;
- Ambiente seguro para diálogo: estimular uma cultura de diálogo transparente, empático e livre de julgamentos;
- Mensuração do impacto: monitorar métricas como clima organizacional, engajamento e rotatividade para orientar decisões e ajustes nas ações de gestão.
Ao investir na formação de uma liderança humanizada, as empresas não apenas estarão construindo um ambiente de trabalho mais saudável, mas também otimizando seus resultados.
ESG
O ESG, sigla para Environment (Ambiente),Social (Social) e Governance (Governança),diz respeito a práticas que alinhem crescimento econômico, impacto social e ambiental e foi apontado como mais uma tendência pelo CONARH 2025.
No eixo ambiental, o RH pode atuar promovendo ações de conscientização sobre sustentabilidade, como campanhas internas, incentivo ao uso consciente de recursos e apoio a práticas de economia circular.
Já no eixo social, o foco está em diversidade, inclusão, saúde mental, bem-estar e equidade. Segundo a McKinsey & Company, organizações com diversidade bem estruturada são até 35% mais propensas a superar seus concorrentes em desempenho financeiro.
Por fim, no eixo de governança, o RH contribui com políticas claras de ética, transparência, compliance e canais de escuta ativa. Isso fortalece a confiança interna e externa, além de reduzir riscos legais e reputacionais.
Para que o ESG seja efetivo, é preciso que ele esteja integrado à cultura organizacional e às estratégias de desenvolvimento humano. Ou seja, não bastam ações isoladas.
Nesse sentido, o RH tem um papel fundamental, atuando como agente de transformação e garantindo que os valores ESG estejam presentes desde o recrutamento até a liderança.
Upskilling e reskilling
Em meio a tantas mudanças e novas tendências, a aprendizagem contínua é fundamental para que o RH, gestores e colaboradores se preparem para o futuro e seu papel no sucesso das empresas foi reforçado no CONARH 2025.
Para se ter uma ideia, segundo dados da Wellhub, estima-se que, nos próximos cinco anos, 39% das competências atuais serão transformadas ou substituídas, reforçando a importância da habilidade de se adaptar.
Assim, mais do que ações pontuais de capacitação, é essencial que as empresas cultivem uma cultura de aprendizado contínuo, onde o erro seja visto como parte do processo e o conhecimento esteja em permanente evolução.
Além de habilidades relacionadas a IA, prosperar no futuro do trabalho no Brasil exige o desenvolvimento de outras competências-chave, como:
- Raciocínio crítico: habilidade para investigar, refletir e resolver desafios complexos;
- Comunicação clara e assertiva: expressar ideias com objetividade e impacto;
- Agilidade cognitiva: pensar de forma lógica e aprender com rapidez;
- Autogestão: assumir o protagonismo da própria trajetória profissional;
- Relacionamento interpessoal: colaborar com empatia em equipes diversas;
- Domínio digital: utilizar tecnologias com segurança e eficiência.
Em resumo, a capacitação contínua é, mais do que nunca, fundamental para que empresas e colaboradores se mantenham competitivas no mercado.
Conclusão
O CONARH 2025 deixou claro que o futuro do RH exige mais do que tecnologia e processos: exige pessoas preparadas para aprender continuamente, adaptar-se às mudanças e liderar com empatia. A capacitação contínua torna-se, portanto, um dos pilares mais estratégicos para construir ambientes de trabalho saudáveis, inovadores e sustentáveis.
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