Por que ter uma liderança vulnerável na sua empresa?

Uma mulher sorri enquanto dois homens tocam os cotovelos, simulando um aperto de mão, também sorrindo. A imagem ilustra o conceito de liderança vulnerável.

Um dos grandes desafios nas empresas atualmente é manter a produtividade e o crescimento em foco sem perder de vista a gestão humanizada. Nesse sentido, ter uma liderança vulnerável é uma forma não só de conquistar esse equilíbrio como também de transformar positivamente os relacionamentos e o clima organizacional. 

A vulnerabilidade humaniza as relações e aproxima os líderes do time de colaboradores com quem trabalham, além de proporcionar diversos benefícios. Por isso, no artigo a seguir, vamos definir como esse conceito funciona na prática e quais os benefícios de incentivar lideranças vulneráveis na sua empresa. 

Portanto, leia o artigo até o final para saber mais! 

Liderança vulnerável e gestões humanizadas 

Responda honestamente: você já se deparou com um líder inflexível? Que não assume os próprios erros, que está “sempre certo” ou que não admite já ter tomado decisões erradas? Só quem já encontrou ou até mesmo já foi esse líder sabe o quanto ele é prejudicial para as relações de trabalho numa empresa. 

Um dos principais objetivos nas empresas modernas é a construção de relacionamentos mais significativos no ambiente corporativo, e as lideranças são parte essencial do processo. Por isso, o conceito de liderança vulnerável tem crescido nas empresas. Mas o que é isso? 

Em suma, uma liderança vulnerável é a liderança que demonstra vulnerabilidade, que não tem medo de demonstrar que também tem dúvidas, fraquezas e preocupações. Como resultado, isso desmistifica o líder enquanto figura de comando, rígida e sem falhas, e a coloca em um patamar mais humanizado diante dos colaboradores. 

A figura do líder rígido e pouco acessível ficou no passado, e muitas empresas perceberam que líderes vulneráveis são essenciais no gerenciamento de times. Isso porque as pessoas em uma empresa se aproximam de líderes que demonstram vulnerabilidade, o que impacta positivamente a rotina e as relações de trabalho. 

Antigamente existia a crença de que um líder que demonstrasse vulnerabilidade perderia o respeito e a autoridade no ambiente de trabalho. No entanto, os novos paradigmas do mercado demonstram que o ambiente de trabalho deixou de ser sinônimo de comando e autoridade para se tornar um ambiente de compartilhamento e colaboração. 

Quando se fala em gestões mais humanizadas, a presença das lideranças vulneráveis é essencial para que o ambiente corporativo se torne mais humano. Dessa forma, é possível transformar os relacionamentos nas empresas e aproximar líderes e liderados de maneira mais efetiva. 

Mas como isso funciona na prática? É o que veremos a seguir. 

Liderança vulnerável e conexões no trabalho 

Conforme vimos no tópico anterior, uma liderança vulnerável consiste em um tipo de liderança mais humana e que se porta de forma honesta em relação às próprias falhas. Além disso, essa vulnerabilidade ajuda a criar conexões no ambiente de trabalho, capazes de transformar positivamente as relações entre líderes e liderados. 

Mas no que consistem essas conexões? 

Segundo a pesquisadora Brené Brown, autora do livro “A coragem de ser imperfeito”, a desconexão entre as pessoas está enraizada em dois sentimentos básicos: medo e vergonha. A vergonha vem do medo da desconexão entre as pessoas, de não se sentirem merecedoras do afeto, da admiração, do respeito, da conexão em si. 

No ambiente corporativo, vemos demonstrações desses sentimentos o tempo todo: líderes que tem vergonha de admitir falhas pelo medo de parecerem não merecedores da posição de liderança. Enquanto inicialmente isso esconde essas falhas, a consequência é a desconexão entre líderes e liderados, que passam a enxergar esse líder por uma lente menos humana. 

Afinal de contas, se ninguém é perfeito, quem irá se identificar com alguém que tenta demonstrar a todo momento não cometer erros? Se o aprendizado e os erros ao longo do caminho fazem parte da vivência humana, então para que líderes sejam humanizados entender essa relação é essencial. 

E é nesse ponto que entre a vulnerabilidade que muitos de nós evita a todo custo demonstrar. 

Então por que evitamos tanto demonstrar vulnerabilidade? 

Para Brown, é na vulnerabilidade que encontramos boa parte dos sentimentos que não gostamos: dor, tristeza, decepção, dúvida… E por isso estamos o tempo todo tentando anestesiá-la. O problema em fazer isso está no fato de que não somos capazes de eliminar sentimentos negativos de forma seletiva. 

Ou seja, uma vez que anestesiamos a vulnerabilidade na tentativa de não arriscar termos sentimentos ruins, sacrificamos também a possibilidade de obtermos sentimentos bons. Sendo assim, quando anestesiamos a nossa vulnerabilidade, sacrificamos também aquilo que nos conecta às outras pessoas. 

Isso faz com que transformemos as nossas incertezas em certezas, o que faz com que sejamos cada vez mais intolerantes diante do outro. Nos ambientes de trabalho, esse efeito é devastador, gerando lideranças inflexíveis e que, por medo da vulnerabilidade, adotam julgamentos e ações parciais e totalitárias. 

Como resultado, o diálogo se quebra e os relacionamentos se tornam mais frágeis, influenciando os resultados do trabalho dentro da organização. Por isso, segundo Brené Brown, a solução é entendermos a imperfeição como parte de nós e abraçarmos a vulnerabilidade enquanto ferramenta para uma vida melhor. 

Este não é um exercício fácil e não consiste só em admitir erros e falhas no ambiente de trabalho ou demonstrar sentimentos abertamente, é uma mudança de dentro para fora. Por fim, o papel das empresas é amparar as lideranças nessa jornada, com incentivos, treinamentos e ferramentas para que elas possam abraçar as próprias vulnerabilidades. 

Se feito de maneira aberta e correta, esse processo pode proporcionar inúmeros benefícios para pessoas e empresas. 

5 benefícios de ter uma liderança vulnerável 

Agora que vimos o que é uma liderança vulnerável e os principais aspectos desse conceito no trabalho, aqui vão 5 benefícios de ter uma liderança vulnerável na sua empresa. 

  1. Gestão humanizada: uma liderança vulnerável contribui para uma gestão humanizada, uma vez que líderes vulneráveis são líderes melhores e, também, mais humanos.
  2. Relacionamentos mais fortes: as lideranças vulneráveis constroem uma relação de confiança no ambiente de trabalho, fortalecendo os relacionamentos entre líderes e liderados na empresa.
  3. Ambiente mais saudável: uma vez que o líder perde o medo de demonstrar vulnerabilidade, o ambiente corporativo se torna mais saudável, deixando de lado a tensão e a rigidez.
  4. Pessoas mais felizes: pessoas que trabalham sob lideranças vulneráveis também são mais felizes porque entendem que podem compartilhar sem medo, inclusive as próprias vulnerabilidades.
  5. Desenvolvimento mútuo: uma liderança vulnerável promove o desenvolvimento mútuo entre lideranças, colaboradores e empresa já que a transparência é parte essencial do desenvolvimento humano e organizacional e desse processo.

Para concluir, além de todos esses benefícios, ter uma liderança vulnerável na sua empresa vai permitir que a gestão de fato se conecte às pessoas. Dessa forma, mesmo com riscos ou incertezas futuras, isso garantirá que todos caminharão rumo a melhores cenários, com honestidade e transparência nas relações de trabalho. 

Gostou desse conteúdo? Veja também o nosso artigo sobre flexibilidade no trabalho e como obter rotinas corporativas mais flexíveis! 

Até a próxima! 

Por:
Graduado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás, busca alcançar novos horizontes e desafios no campo da gestão do agronegócio. Aproximar as áreas de gestão dos processos humanizados e eficazes é um de seus principais objetivos, sempre levando em conta a qualidade e a credibilidade na produção de conteúdos úteis e concisos.
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