Pense na quantidade de itens que você deve levar em consideração no momento de uma contratação. É tanta coisa, não é mesmo? Agendar exames admissionais, prever integrações, contribuir para a adaptação, resolver as pendências burocráticas… Existem os treinamentos obrigatórios.
Não há dúvida de que os treinamentos desempenham um papel crucial nesse contexto. Isso não se deve apenas à sua relação direta com a segurança do colaborador no ambiente de trabalho, mas também porque estão em conformidade com as regulamentações estabelecidas pelo Ministério do Trabalho.
As Normas Regulamentadoras (NRs), como o próprio nome indica, foram concebidas e implementadas para estabelecer diretrizes para o cotidiano dos funcionários.
Dentro dessas normas, são estipulados os treinamentos obrigatórios que os colaboradores devem receber para desempenhar suas funções de maneira adequada, segura e conforme a legislação.
Você sabe quais são exatamente esses treinamentos obrigatórios? Quais deles são obrigatórios para todas as empresas, independentemente de sua área de atuação? Ou quais deles variam conforme a atividade da empresa? Além disso, sabe distinguir quais treinamentos são destinados aos indivíduos em particular e quais se aplicam à organização como um todo?
A seguir, então, vamos responder todas essas perguntas. Acompanhe!
O que são os treinamentos obrigatórios exigidos pelas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho?
As Normas Regulamentadoras (NRs) constituem diretrizes estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para orientar as ações que as empresas devem adotar com o intuito de assegurar a saúde e a segurança no ambiente de trabalho.
Entre essas medidas de segurança, destacam-se os treinamentos obrigatórios, que desempenham um papel fundamental em funções que envolvem riscos à integridade. T
ais treinamentos podem ser conduzidos por meio de diferentes abordagens, como workshops, dinâmicas, gamificação, plataformas de aprendizagem (LMS),entre outros, desde que estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas na NR1.
Quais são os treinamentos obrigatórios para todo mundo?
Atualmente, existem 37 normas regulamentadoras previstas pelo Ministério do Trabalho, sendo que 14 delas exigem treinamentos.
Apesar de a maioria dessas normas se aplicar a áreas específicas, 3 delas são gerais e obrigatórias para qualquer empresa. Confira quais são elas:
NR 1 – Disposições gerais
A NR 1 diz que a empresa tem a obrigação de mostrar ao trabalhador todos os riscos existentes no ambiente ao qual ele estará exposto. Além disso, tem de ficar claro para ele quais são as medidas adotadas para prevenir acidentes e doenças de trabalho.
Ainda, a NR1 regulariza 3 tipos de treinamentos obrigatórios:
- Presencial: a empresa disponibiliza local e material para os treinamentos, dentro do horário de trabalho.
- Semipresencial: alternância entre aulas presenciais e remotas;
- EAD: os treinamentos ocorrem remotamente, através de plataformas e sistemas online.
NR 5 – Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)
A NR 5 é uma das mais conhecidas. Trata-se da constituição de Cipa. E, aqui, vale para a empresa, que vai traçar um planejamento dependendo da sua característica. Se tiver até 19 funcionários, não precisa constituir uma Cipa completa. Acima disso, sim. Recentemente, fizemos um artigo completíssimo sobre Cipa, ao qual você tem acesso clicando aqui.
NR 7 – PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)
A NR 7 também está na ponta da língua de quem transita pelos eventos de saúde e segurança do trabalho todos os dias. Nela, está previsto o treinamento de primeiros socorros, anual, para os funcionários da empresa.
Quais são os treinamentos obrigatórios específicos?
Existem 11 normas regulamentadoras que exigem treinamentos específicos de suas áreas:
- NR6 – EPI: treinamento para orientar o uso adequado de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em profissões de risco.
- NR10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: treinamento para evitar choques elétricos.
- NR11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: treinamento de segurança no transporte de itens por operadores de máquinas e veículos.
- NR12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: treinamento para evitar acidentes na operação de maquinário.
- NR13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulação: treinamento para instalar e inspecionar estruturas que envolvem calor ou pressão.
- NR18 – Condições e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção: treinamento para promover segurança em tarefas como reparos, demolição e manutenção de edificações.
- NR20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis: treinamento para evitar acidentes na extração, produção, armazenamento e transferência de combustíveis.
- NR23 – Proteção Contra Incêndios: treinamento de acordo com as técnicas do Corpo de Bombeiros para prevenir e combater incêndios.
- NR33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados: treinamento para executar funções em locais pequenos e fechados.
- NR35 – Trabalho em Altura: treinamento para evitar quedas e demais acidentes em altitude.
- NR36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados: treinamento para o manuseio e transporte seguro de carnes.
Como inovar na aplicação dos treinamentos obrigatórios?
Quando abordamos a questão dos treinamentos obrigatórios, é importante reconhecer que estamos lidando com adultos que possuem suas próprias características em relação à aprendizagem e ao engajamento durante uma capacitação.
Além disso, é uma realidade amplamente conhecida que a capacidade de manter a atenção tem diminuído ao longo do tempo. Portanto, simplesmente oferecer treinamentos na forma de um PDF repleto de texto não se mostra eficaz.
Nesse contexto, não apenas é viável, mas também fundamental fornecer formatos tecnologicamente avançados e especializados aos colaboradores.
Afinal, essa abordagem transforma os treinamentos de uma obrigação monótona em um método envolvente e eficiente para promover uma cultura de segurança nas empresas.
Agora, a questão que se coloca é: como podemos inovar nos treinamentos obrigatórios enquanto atendemos às diretrizes da NR 1?
Confira algumas das nossas dicas:
Gamificação
A gamificação envolve a aplicação de estratégias de jogos com o propósito de motivar os colaboradores a participarem ativamente dos treinamentos.
Por exemplo, a adoção de um sistema de pontuação representa uma modalidade de gamificação que promove uma competição saudável entre os funcionários. Nessa abordagem, a empresa pode oferecer incentivos ou bônus aos colaboradores que alcançarem as pontuações mais elevadas nos treinamentos, incentivando, assim, o engajamento e o aprendizado dos profissionais.
Microlearning
Manter os colaboradores focados durante aulas longas tem se tornado um desafio, uma vez que o tempo de atenção das pessoas tem diminuído significativamente nos dias de hoje.
Por essa razão, diversas empresas têm adotado a estratégia de dividir o conteúdo dos treinamentos corporativos, como vídeos com duração de até três minutos. Esse enfoque visa evitar que o processo de aprendizagem se torne cansativo e, ao mesmo tempo, facilitar a assimilação do conteúdo.
Realidade virtual
Apesar de sua acessibilidade ainda limitada, a realidade virtual está ganhando destaque como uma opção para a implementação de treinamentos.
Com a realidade virtual, torna-se viável simular situações de risco em treinamentos voltados para atividades perigosas, sem submeter o colaborador a perigos reais.
Plataformas LMS
A realização de treinamentos obrigatórios por meio da Educação a Distância (EAD) representa uma estratégia para economizar recursos e aprimorar o processo de capacitação.
Por meio das Plataformas de Gerenciamento de Aprendizagem (LMS), os colaboradores têm a flexibilidade de estudar no seu próprio ritmo, o que lhes confere um senso de controle sobre o processo, aumentando sua motivação.
Adicionalmente, a empresa encontra maior facilidade em documentar a execução dos treinamentos, visto que essas plataformas emitem certificados, o que facilita a comprovação da participação e conclusão dos cursos.
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