Como será o RH em 2024? Essa é uma grande dúvida dos profissionais do setor, uma vez que as tendências nascem a cada dia e o mercado tem passado por diversas mudanças.
Tendências que, em um momento, pareciam inabaláveis, como o trabalho remoto, agora perdem sua força, enquanto outras, como a digitalização, assumem novas dimensões com a ascensão da inteligência artificial nos setores empresariais.
Além disso, questões preexistentes no radar das empresas, como o aumento da participação da Geração Z no mercado de trabalho e as discussões sobre práticas ESG, continuam a influenciar o cenário.
Como resultado de tantas transformações, o setor de Recursos Humanos testemunha o surgimento de uma nova tendência a cada semana, sem ter certeza do que é verdadeiramente crucial para os negócios.
Para auxiliar os líderes de RH a navegar em meio a esse cenário complexo e se preparar para o futuro que bate à porta, preparamos um conteúdo completo sobre o que esperar do RH em 2024 e em quais tendências apostar!
Relembrando como foi o ano de 2023
O ano de 2023 se revelou como um período repleto de desafios, transformações e inovações no RH, destacando-se especialmente pelos avanços tecnológicos e pela implementação da inteligência artificial.
O setor teve a oportunidade de dedicar mais tempo ao cuidado do bem-estar dos colaboradores, ao mesmo tempo em que se beneficiou de ferramentas que trouxeram uma notável agilidade às rotinas operacionais.
Além disso, em 2023, o anúncio oficial de que a pandemia de covid-19 chegava ao fim, pela Organização Mundial da Saúde, deixou um legado marcante no ambiente corporativo, moldando os acontecimentos ao longo do ano e continuando a exercer influência sobre o futuro. Essas mudanças englobaram a persistente valorização do trabalho remoto e a crescente busca por flexibilidade nas dinâmicas laborais.
Os trabalhadores também experimentaram mudanças significativas em suas perspectivas, refletindo diretamente nas atividades do RH.
A intensificação da conectividade e a ampliação das redes profissionais, especialmente por meio de plataformas como o LinkedIn, facilitaram o compartilhamento de informações atualizadas sobre o mercado de trabalho. Isso permitiu que os profissionais identificassem situações adversas e passassem a exigir experiências mais humanizadas.
O que esperar do RH em 2024, afinal?
Em 2024, o cenário para o setor de Recursos Humanos (RH) promete ser dinâmico e desafiador, impulsionado por mudanças significativas no mundo do trabalho. Uma das tendências marcantes será a contínua adaptação ao trabalho remoto, embora tenha perdido parte de sua força inicial.
As organizações devem consolidar modelos flexíveis, demandando do RH a criação de estratégias que promovam a produtividade e o bem-estar em ambientes de trabalho híbridos.
A presença cada vez mais robusta da inteligência artificial nos negócios também marcará o ano de 2024. O RH terá que assimilar e integrar essas tecnologias para otimizar desde os processos de seleção de candidatos até o desenvolvimento contínuo dos funcionários, buscando uma abordagem equilibrada entre a automação e o toque humano.
Além disso, a Geração Z ganhará ainda mais destaque no mercado de trabalho, demandando do RH estratégias específicas para atrair, reter e desenvolver esses profissionais, que possuem características únicas e expectativas diferenciadas em relação ao ambiente corporativo.
Foco em sustentabilidade e as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) permanecerão como prioridades, e o RH terá um papel vital na incorporação desses valores à cultura organizacional. Além disso, a ênfase na aquisição e aprimoramento de habilidades digitais será constante, à medida que a digitalização continua a moldar o panorama profissional.
A diversidade, equidade e inclusão ganharão ainda mais relevância, com o RH liderando iniciativas para garantir ambientes de trabalho mais representativos e igualitários.
Enfim, são diversas as novidades e tendências. Vamos explorar melhor quais serão destaques? Continue acompanhando o conteúdo!
8 tendências de RH para 2024: confira e prepare-se!
1. IA e People Analytics
A presença da inteligência artificial (IA) foi proeminente em 2023, integrando-se ao cotidiano de empresas e profissionais. Essa influência estendeu-se também aos processos de Recursos Humanos (RH). De acordo com uma pesquisa conduzida pela plataforma de currículos ResumeBuilder.com, 4 em cada 10 empresas já implementaram ou planejam adotar entrevistas de emprego com IA em 2024.
Diante do contínuo desafio de atrair talentos para o RH, a tendência é que o uso de IA e People Analytics nos processos seletivos ganhe ainda mais destaque no próximo ano. Não é surpreendente, portanto, que o relatório da consultoria Gartner, intitulado “Top 5 HR Trends and Priorities for 2024“, destaque que 76% dos líderes de gestão de pessoas concordam que ficarão para trás se não implementarem a IA generativa nos próximos 12 a 24 meses.
Enquanto a automação impulsionada pela IA visa aprimorar a eficiência operacional, o People Analytics proporciona insights valiosos, tanto nos processos de treinamento e desenvolvimento quanto nos de recrutamento e engajamento.
Paralelamente ao sucesso da IA popularizada por meio de plataformas intuitivas, como o ChatGPT, o mercado atual conta com softwares que simplificam a análise de dados para o RH, impulsionando ainda mais a tecnologia.
2. Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no ambiente de trabalho
Na realidade de muitas organizações, a compreensão dos conceitos de diversidade, equidade e inclusão está em fase inicial. No entanto, o futuro indica uma ascensão notável desses temas, especialmente associados à nova geração que está ingressando no mercado de trabalho.
Segundo levantamento feito pelo Gartner, 69% das empresas mencionam a diversidade e a inclusão como prioridades estratégicas em suas contratações.
Essa tendência no âmbito de Recursos Humanos desempenha um papel fundamental na tornar os processos seletivos e o ambiente de trabalho mais inclusivos. Isso, por sua vez, contribui para o engajamento, desmantelando estereótipos e preconceitos, e focando na promoção de oportunidades igualitárias.
É relevante ressaltar que o mercado está atento a esses princípios e dará prioridade a empresas que incorporam esses valores em sua cultura organizacional. Além disso, esse movimento também impulsiona o setor de RH a alcançar resultados mais expressivos.
Portanto, as organizações que concentram esforços em Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) serão aquelas que se destacarão ainda mais no próximo ano.
3. Investimento na formação de líderes
Constituir uma equipe de alta performance é um desafio atual que permanece relevante na próxima década. O papel dos líderes é crucial para elevar o capital humano a esse nível, especialmente em um cenário atual complexo e competitivo.
As incertezas do mercado não afetam apenas os empreendedores, mas também os líderes, cuja responsabilidade é manter o engajamento no trabalho. No entanto, eles podem enfrentar dificuldades para reconhecer sua habilidade em liderar equipes e impulsionar os resultados organizacionais.
Diante desse cenário, é imperativo considerar a formação desses profissionais, indo além da simples capacitação e explorando estratégias inovadoras para aprimorar suas habilidades.
Destaca-se, nesse contexto, a abordagem da liderança complementar. Esse modelo aposta na colaboração entre dois ou mais líderes, permitindo que atuem de maneira integrada na gestão de equipes. Essa sinergia visa potencializar a qualidade dos projetos desenvolvidos e a eficácia na resolução de problemas.
4. Promoção do bem-estar integral e saúde mental
Uma das tendências de Recursos Humanos em 2024 está centrada nas discussões acerca da saúde integral e bem-estar dos colaboradores. Essa temática tem conquistado crescente relevância, à medida que as organizações reconhecem a importância de zelar pelo bem-estar dos profissionais como um meio eficaz para alcançar os objetivos estabelecidos.
Segundo um estudo da Gartner, o “cansaço da mudança” é um fenômeno que já tem impactado as empresas. Colaboradores que experimentam o “cansaço da mudança”
possuem:
- 42% menos intenção de permanecer na empresa;
- 17% menos contribuições para a empresa;
- 30% menor nível de confiança;
- 22% menos vontade de ir além do necessário;
- 27% menos capacidade de responder a mudanças;
Apesar de já ser um tema em evidência há algum tempo, agora é o momento propício para converter essa pauta em ações tangíveis. No próximo ano, antecipa-se um aumento na oferta de benefícios direcionados ao bem-estar, assim como a implementação de medidas concretas no dia a dia organizacional.
Dentre as ações viáveis nesse contexto, destacam-se a introdução de campanhas focadas na saúde física e mental, a disponibilização de benefícios flexíveis, parcerias estratégicas com academias e centros terapêuticos, apoio para a aquisição de medicamentos, programas de nutrição, entre outras iniciativas.
5. Adaptabilidade às novas gerações
Cada geração possui suas características distintas e uma mentalidade única. Compreender como cada uma delas atua e pensa é crucial para que o setor de Recursos Humanos se ajuste aos diversos perfis profissionais.
À medida que os anos avançam, uma quantidade crescente de profissionais da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) ingressa no mercado de trabalho. Esta geração é notável por ser altamente conectada, inovadora, empreendedora e por buscar empresas com propósitos alinhados aos seus valores.
Diante disso, é essencial que o RH priorize ações adaptadas a essa nova mentalidade, repensando suas estratégias de recrutamento, comunicação e desenvolvimento das novas gerações.
Programas focados no desenvolvimento contínuo mostram-se atrativos para conquistar a adesão dessa geração, assim como a flexibilidade no ambiente de trabalho e o reconhecimento da importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O que a geração Z espera no trabalho
- Oferta de flexibilidade e autonomia: esses profissionais preferem oportunidades que proporcionem horários flexíveis, opção de home office ou modelo híbrido, além de benefícios flexíveis;
- Engajamento e fidelização: não hesitam em trocar de emprego se estiverem insatisfeitos. No entanto, têm grande potencial de se engajar com a empresa, desde que acreditem no propósito e se sintam valorizados;
- Conexão com os valores da empresa: desejam trabalhar em organizações que demonstrem responsabilidade social e ambiental e compartilhem de seus valores. As empresas precisam comunicar expressamente essas questões para atrair essa geração.
6. Gamificação
A gamificação é uma das tendências no RH em 2024 já em aplicação, mas que requer aprimoramentos contínuos.
Atualmente, ela é amplamente empregada em campanhas de endomarketing e no treinamento de equipes, pois é um recurso altamente atrativo que estimula conexões cerebrais, facilitando a retenção de informações através de mecanismos de prazer e recompensa.
As equipes submetidas a treinamentos baseados em técnicas de gamificação frequentemente apresentam resultados surpreendentes. Por esse motivo, as empresas devem expandir essa metodologia para outras áreas, incluindo o recrutamento e a seleção tanto internos quanto externos.
7. Combate ao etarismo ganhará espaço
Até 2050, é estimado que 20% da população brasileira terá mais de 60 anos, totalizando quase 40 milhões de pessoas, conforme dados do IBGE. Esse cenário implica que, seja por motivos econômicos ou por um impulso em direção à inclusão, as empresas dependerão cada vez mais de profissionais idosos.
Embora conflitos geracionais possam surgir, é evidente que as organizações têm muito a ganhar ao formar equipes multigeracionais.
Para alcançar esse objetivo, as empresas precisarão demonstrar intencionalidade, implementando ações voltadas para a inclusão de profissionais mais experientes, muitas vezes excluídos do mercado de trabalho. Nesse processo, combater o etarismo, o preconceito relacionado à idade, torna-se crucial.
Já existem iniciativas em grandes empresas voltadas para talentos acima dos 40 ou 50 anos. Alguns exemplos incluem programas de recrutamento e comitês de diversidade exclusivos para esse público.
Com a aceleração da inversão da pirâmide etária, espera-se que esse movimento ganhe ainda mais destaque na agenda de Recursos Humanos, tanto em 2024 como nos anos subsequentes.
8. Home office e trabalho híbrido
Ao que tudo indica, o movimento de retorno ao presencial deve se intensificar em 2024.
De acordo com um estudo da consultoria KPMG, 64% dos CEOs esperam voltar ao escritório 100% do tempo nos próximos três anos. A pesquisa também revelou que 87% dos executivos desejam recompensar os funcionários que se esforçam para trabalhar presencialmente.
Neste cenário, os especialistas afirmam de forma assertiva que, em meio a uma conjuntura de incerteza econômica e períodos de demissões em larga escala, a capacidade dos profissionais de resistir a essas decisões será limitada.
Contudo, caso haja uma melhora no mercado de trabalho, as empresas não devem negligenciar a possibilidade de essa dinâmica se reverter — podendo testemunhar, assim, uma nova onda de saída de talentos.
Como se adaptar às tendências do futuro do RH?
Para se adaptar às tendências, é crucial implementá-las de maneira adaptada à realidade da empresa. Identificar os focos de atenção com base em dados disponíveis é o primeiro passo, evitando modismos e garantindo objetividade.
O apoio das lideranças é fundamental para promover mudanças significativas e assegurar que todos os setores aproveitem a inovação trazida pelas tendências. Incluir as lideranças no processo permite contribuições diversas e torna a evolução um esforço coletivo.
Fomentar uma postura de mente aberta é essencial, exigindo a interação direta com as equipes para apresentar ideias contextualizadas. Lidar com a resistência à mudança envolve adaptar discursos conforme necessário.
A adaptação das tendências ao contexto da empresa é quase sempre necessária, levando em consideração as necessidades específicas e promovendo uma abordagem personalizada. Evitar a zona de conforto é crucial para trilhar o caminho da inovação.
Mensurar e comparar resultados é vital para garantir que as mudanças estejam gerando impacto positivo. Em caso de resultados insatisfatórios, analisar cuidadosamente e encontrar soluções é mais eficaz do que desfazer esforços.
Observar e investir em recursos que possam aprimorar a rotina do departamento pessoal é essencial para não ficar para trás nas tendências em RH em 2024, que já estão sendo debatidos há algum tempo.
Boa sorte em aplicar as tendências para o RH em 2024 e continue acompanhando o blog da Plantar Educação para mais conteúdos como esse!
