Psicologia organizacional e a saúde mental do trabalhador

Psicologia organizacional: o que é e como aplicá-la na empresa

O trabalho é essencial em nossas vidas, trazendo não apenas sustento, mas também um senso de propósito e utilidade social. Através do trabalho, ajudamos a resolver problemas, contribuímos para o desenvolvimento da sociedade e podemos desfrutar de prazeres como viagens, jantares, passeios e presentes para aqueles que amamos. No entanto, quando o equilíbrio entre trabalho e bem-estar é comprometido, os impactos na saúde mental do trabalhador podem ser significativos.

A saúde mental dos colaboradores é fundamental para a produtividade e o sucesso das empresas. Infelizmente, cada vez mais pessoas têm se afastado do trabalho devido a problemas psicológicos e emocionais que afetam diretamente seu desempenho. Entre os desafios mais comuns estão a depressão, ansiedade, estresse e a síndrome de burnout. Quando um colaborador associa o ambiente de trabalho a sentimentos negativos, isso não apenas prejudica sua capacidade de executar tarefas básicas, mas também impacta negativamente a empresa, que perde em eficiência e qualidade dos serviços prestados.

Dores psicológicas e emocionais

Os transtornos de ansiedade e depressão frequentemente se manifestam em forma de sintomas físicos, como dores crônicas, resultado da somatização de conflitos internos, como por exemplo, dores de cabeça, gastrointestinais, dores musculares, além de implicações emocionais como irritabilidade, vontade constante de chorar, sentir-se cansado ou fadigado o tempo todo. Esses sintomas podem levar a atestados médicos frequentes e afastamentos prolongados. Enquanto alguns colaboradores buscam ajuda através da psicoterapia ou de atividades físicas, outros recorrem a métodos de fuga prejudiciais, como o uso excessivo de álcool ou drogas, compulsão alimentar ou ignoram os sinais de alerta que o corpo está emitindo. Nessas situações, a pressão excessiva e a sobrecarga no trabalho podem agravar ainda mais o quadro.

Ansiedade e trabalho

A ansiedade é uma resposta natural e necessária em nossas vidas, é a energia motivadora que nos faz levantar pela manhã e realizar as nossas atividades do dia a dia. É a ansiedade que que nos protege em situações de perigo, nos faz reagir rápido quando percebemos que um carro está se aproximando quando estamos atravessando a rua, por exemplo. No entanto, quando os níveis de estresse no trabalho se tornam excessivos, a ansiedade pode sair do controle, resultando em sintomas como aperto no peito, coração acelerado, dificuldade de concentração, sudorese, corpo trêmulo, pensamentos acelerados, pressão na cabeça e até mesmo sensação de desmaio. Esses sinais indicam que o trabalhador está sobrecarregado e precisa de apoio para reequilibrar sua saúde mental, e o quanto antes isso for feito, melhor, pois a prevenção sempre é a melhor opção.

Depressão no ambiente de trabalho

Além da ansiedade, a depressão também é uma causa comum de afastamento no trabalho. Diferente do que muitos pensam, a depressão não se limita a momentos de tristeza profunda ou incapacidade de sair da cama. Muitos colaboradores convivem com a depressão durante anos, sem reconhecer os sintomas, seja por falta de conhecimento acerca da condição, ou por negação, visto que muitos sentem que a depressão é um sinal de fraqueza, por isso é comum o sentimento de vergonha, pelo medo de achar que as pessoas não irão levá-lo a sério, ou será alvo de deboche e comentários entre os colegas de trabalho. Falta de motivação, baixa produtividade e desinteresse podem ser sinais de um quadro depressivo. Para esses indivíduos, a sobrecarga de trabalho e a pressão adicional podem agravar a condição, tornando o ambiente de trabalho ainda mais desafiador e de difícil convivência.

Síndrome de Burnout

Tanto a ansiedade quanto a depressão podem estar envolvidas quando falamos sobre síndrome de burnout, isso porque os sintomas são muito parecidos. O que diferencia o diagnóstico é a causa dos sintomas, que precisam estar diretamente relacionados às atividades de trabalho para ser considerada uma síndrome de burnout. Com isso, a pessoa poderá ter sintomas físicos e psicológicos também, a níveis tão intensos que atrapalha a execução do trabalho que antes fazia muito bem. Esse colaborador pode passar a se comparar com os seus colegas e achar que não conseguirá mais desempenhar o seu papel na empresa, e com isso desistir das suas atividades laborais.

O papel do psicólogo organizacional

O papel do psicólogo organizacional vai muito além de processos de recrutamento, seleção e demissão dos colaboradores. Empresas que investem na saúde mental de seus funcionários tendem a obter melhores resultados e consequentemente, maior satisfação do cliente. O psicólogo organizacional é responsável por implementar estratégias que promovam o bem-estar e o desempenho saudável dos colaboradores, ajudando a empresa a alcançar seus objetivos de forma equilibrada e saudável.

Embora o psicólogo organizacional não realize psicoterapia dentro da empresa, ele desempenha um papel crucial na identificação de sinais de sofrimento psicológico entre os colaboradores. Colaboradores adoecidos causam baixa produtividade, alto nível de rotatividade e uma cultura organizacional disfuncional. Por isso é tão importante a presença do psicólogo na instituição, pois esse profissional é devidamente capacitado para perceber quando um trabalhador ou uma equipe está enfrentando baixos rendimentos em decorrência de dificuldades emocionais. Após esta percepção, o psicólogo poderá buscar compreender os motivos que estão levando esses profissionais ao sofrimento psicológico e identificar se as causas estão dentro da própria empresa. Caso este não seja o caso, poderá sugerir ao colaborador procurar ajuda profissional externa, como um psicólogo clínico ou psiquiatra. Além disso, o psicólogo organizacional pode trabalhar na formação de líderes que estejam atentos às necessidades do seu time, identificando problemas antes que se tornem graves, além da conscientização acerca de como aquelas pessoas estão se sentindo e se relacionando com o trabalho.

Como medidas preventivas, o psicólogo organizacional pode desenvolver projetos voltados para a promoção de uma cultura organizacional saudável, facilitando a comunicação entre colegas e gestores e promovendo um ambiente de trabalho mais leve e colaborativo. Programas de recompensa e reconhecimento são formas eficazes de valorizar o esforço dos colaboradores, enquanto campanhas de conscientização e treinamentos podem aumentar a percepção dos funcionários sobre a própria saúde mental, ajudando a prevenir problemas psicológicos e emocionais a níveis críticos.

Investir em saúde mental não é apenas uma responsabilidade ética, mas uma estratégia de negócios que promove o bem-estar, a produtividade e o sucesso sustentável de toda a organização. Além disso, empresas que valorizam e cuidam dos seus colaboradores tendem a se tornarem destaques no mercado, isso porque os grandes talentos sempre estão em busca de melhorias e qualidade de vida, e isso faz com que bons colaboradores desejem trabalhar naquele lugar, tornando possível formar equipes ainda mais engajadas, com os melhores profissionais e com os melhores resultados.

Por:
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